Monday, May 16, 2011

" Who's afraid of the Big Bad Wolf" ?
















Nos ultimos 8 anos, o mundo a arte contemporanea teve uma enorme alta. Cada vez mais pessoas vao visitar os museus e mais pessoas se encorajam a se auto intitularem artistas. Alem disso, com os altos precos da arte, quem se torna colecionador, recebe imediatamente junto ao titulo, prestigio, status, novas redes de amizades e poder.
Fui na SP arte na semana passada. Os precos homéricos faziam a famosa " bolha" ser sentida quase fisicamente. Dificil chegar perto das obras sem senti-la. Perguntar os precos era visto como ato de coragem! E a cada resposta, o tufao do " big bad wolf" que assoprava e derrubava as casas dos tres porquinhos, dessa vez soprava em meus ouvidos e imediatamente, me fazia relembrar que aquilo nao era pra mim. Aquilo eh do mundo. E claro, como na Fabula do La Fontaine, todas as uvas iam sucessivamente se esverdiando. Se nao era pra mim, pra quem era? - eu pensava com indignacao infantil de quem bate o pe ja sabendo a resposta..
Enquanto sofremos com as pequenas contas a pagar e pequenos fracassos sentimentais cotidianos e levamos caldos quase irreparaveis de crises nos investimentos e Tsunamis naturais, a classe dos bilionarios cada vez aumenta mais.
Antigamente, o assunto Tabu, ou seja, aquilo sobre o qual nao podiamos jamais comentar, mas que nos interessava e temiamos era a nossa sexualidade. Depois o amor. Depois o salario.
Agora a classe maior. Que sobrevoa nossos ceus com jatos estelares, comprando o mundo de tudo o que eh vivo, regados a champagne e sob a luz de suas indefectiveis balaiagens.
Outro dia fui na Galeria Fortes Vilaca e vi uma imagem de uma escultura do artista Barrao que sempre adorei. Nao sei por que fui la, ja que estou sem poder gastar nada a nao ser calorias! Vou a galerias me achando " o gato na espreita" quando na verdade nao passo de uma chapeusinha com blush gasto da Mac indo ao encontro inscosciente do prazer/perigoso do incontrolavel desejo de ser um ser contemporaneo.
Quase que o lobo me pegava, mas nao foi dessa vez. A obra do Barrao estava vendida.
Como que Ninfas Derramadas o mundo tentador das artes plasticas esta a solta para ser desejado. E como com as Ninfas, soh nos resta sonhar..

2 comments:

  1. Muito bem escrito Antônia. Acho q é o seu melhor.

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  2. Pois é, Diogo... E foi este que vc disse que ao terminar de escrever, não concordava com nada?
    Adorei! O escrito e as Ninfas!

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